O que podemos aprender sobre experimentos com a história do piloto Niki Lauda?

Niki Lauda nasceu em 1949 em Viena, Áustria. Advindo de uma família de grandes posses por conta de uma indústria de produção de papel, teve um início de vida confortável financeiramente e uma educação privilegiada. Com o passar dos anos, Lauda foi se aproximando das competições de corrida na Europa e seus bons resultados e entendimento do carro chamavam a atenção de todos. 

Apesar disso, estamos falando da década de 1960 e o papel da família na escolha de carreira do filho ocupava um lugar de destaque. Como as corridas de carro eram reconhecidamente perigosas para a vida dos pilotos, a família de Lauda não apoiava sua carreira, retirando assim todos os possíveis investimentos necessários para sua inserção nas categorias. 

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Como alternativa para viver seu sonho, Niki Lauda apostou tudo em uma série de empréstimos com os bancos de Viena e resolveu bancar sua entrada na Fórmula 3. Seu sucesso e constantes empréstimos resultaram em um lugar na Fórmula 2 e, posteriormente, na Fórmula 1. Já estabelecido como um bom piloto e em grandes equipes como Ferrari e McLaren, Lauda ganhou três títulos mundiais, 25 vitórias na categoria e 52 pódios.

Para o ouvinte mais antenado em cinema, Niki Lauda ficou conhecido ao ter parte de sua história contada nas telas do cinema no filme “Rush: no limite da emoção”. Neste filme, que conta a história de rivalidade entre ele e James Hunt, vamos ressaltar uma cena. Ao chegar na Ferrari, em 1974, Niki Lauda se deparou com uma equipe em reconstrução. 

O carro da temporada anterior era muito ruim. O motor era pesado e apresentava diversos defeitos que faziam os carros abandonarem a prova antes de seu fim. Em seus primeiros testes com a equipe italiana, Niki Lauda fez duras críticas ao carro para o então dono da Ferrari, Enzo Ferrari. Entre as melhorias propostas, uma tem um destaque especial.

Qual proposta de Niki Lauda teve destaque?

O motor da Ferrari pesava 190 quilos, muito alto para a época e com uma potência de 450 hp. Experimentos haviam sido feitos tentando diminuir o peso do carro e do motor, mas nada dava certo. Lauda, que era um excelente conhecedor de tecnologia e mecânica de carros, fez uma proposta ousada: substituir o material de composição das peças por magnésio. 

E o que isso significa? Isso significa que o magnésio, por ser mais leve e tão resistente como o material da época, permitia a equipe diminuir o peso do motor e aumentar a potência. E como se sabia isso? Através de experimentos. Identificar peças que possam otimizar o desempenho e manter um padrão de segurança é uma das utilidades de um processo de experimentos. 

A base é simples. Temos uma ideia e se desenvolve uma hipótese. A partir dessa hipótese, se desenvolvem testes que, através de processos estatísticos, se comprovarão ou não. Assim, Lauda sabia que, a partir dos experimentos com magnésio, um motor tinha menos peso, o que ajuda na aerodinâmica do carro, sendo bem resistentes. E qual o resultado disso? 

Niki Lauda conseguiu, após as mudanças no carro, uma evolução de 2,3 segundos a cada volta. Essa evolução no carro rendeu à Ferrari vitórias em 1974, as primeiras de 1972 e, no segundo ano, um título de equipes e pilotos, o que não ocorria há 11 anos. Lauda teve uma das carreiras mais brilhantes da história da categoria, tendo em seu currículo 3 títulos mundiais.

E para quem esteja em dúvida, afinal, qual a moral da história? Grandes ideias só se transformam em grandes impactos em seu trabalho quando se tem conhecimento acerca da área e quando se conduz experimentos da forma correta. 

Autoria: Iago Cambre Anon

Revisão: José de França Bueno

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