Desde 2020, a população mundial enfrentou um fenômeno que alterou profundamente suas vidas. Entre as mudanças na rotina, a forma de ver o mundo e as relações sociais, é muito difícil encontrar alguém que não tenha sido alterado pelo panorama mundial durante a pandemia. Para muitas pessoas, isso contribuiu para o esgotamento mental.
Aliar uma crise global com as necessidades pessoais e profissionais, luto e isolamento social levou parte das pessoas a um desgaste emocional. Aliando isso ao fato de que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, chegamos a 2022 com um panorama complexo em relação à saúde mental das pessoas.
Entenda o que é esgotamento mental
O esgotamento é gerado por conta de exaustão mental e física. A sensação de tarefas intermináveis, necessidade de ser produtivo, resolver os problemas da casa e do trabalho, manter uma rotina adequada, cumprir com inúmeras obrigações leva as pessoas a um desgaste emocional.
E isso não afeta só a vida profissional. O relacionamento, família, questões financeiras e dificuldade de encontrar tempo livre para descansar e se dedicar a atividades pessoais também podem gerar esse esgotamento.
A velocidade com que levamos a vida, especialmente em grandes metrópoles, também contribui com isso, bem como as redes sociais, que nos alimentam de inúmeras informações por minuto.
Um tempinho rolando a tela no Instagram já pode contribuir com essa sensação: vemos as pessoas produzindo, se exercitando, saindo e conciliando tantas tarefas, que logo surge uma sensação de incompetência por não conseguir ter a mesma produtividade.
Mas a verdade é que o que vemos na tela é uma projeção muito bem curada da vida das pessoas, ou seja, elas só mostram o que querem. Além disso, cada pessoa tem um ritmo e estilo de vida diferente, e tentar se comparar a essas personalidades é irreal e contribui para esse esgotamento.
Diferença entre esgotamento mental e burnout
O burnout se tornou uma expressão muito popular nos últimos anos. O home office, em muitos casos, contribuiu para que as linhas que separam vida pessoal e trabalho sumissem. Assim, muitas pessoas passaram a almoçar enquanto trabalhavam e responder mensagem fora do horário do expediente, sem se desconectar do emprego.
Soma-se isso a um cenário econômico de retração, onde as empresas tiveram que fazer cortes e os colaboradores passaram a acumular funções, e temos um quadro de muito trabalho e pouco descanso.
A Síndrome de Burnout surge como um estresse crônico, consequência desse volume de atividades, muitas vezes mal gerenciado por líderes, e que pioram em ambientes tóxicos, com pouca comunicação e falta de empatia.
O burnout, portanto, está sempre relacionado ao trabalho, enquanto o esgotamento mental é ainda maior, e engloba todos os aspectos da vida.
Quais são os sintomas?
Perceber que tem esgotamento mental pode não ser tão fácil, especialmente se estamos inseridos em um cenário onde todos passam por pressões similares. Mas há alguns sintomas que podem ajudar a entender se você está passando por isso:
- Problemas no sono
- Cansaço persistente
- Falta de memória
- Irritabilidade
- Mudanças bruscas de humor
- Agressividade
- Dificuldade de concentração
O estresse gerado por esses sintomas pode ter consequências físicas e mentais mais graves. Além de levar a ansiedade de depressão, pode causar gastrite, enxaqueca, distúrbios alimentares e problemas cardíacos.
Como combater o esgotamento mental?
Autoconhecimento é a primeira etapa para lidar com isso. É preciso entender seus limites, e perceber se os sintomas acima são recorrentes e te impedem de realizar tarefas. Para isso, é necessário fazer um esforço de mudança, já que a melhora só acontecerá pela sua iniciativa de alterar alguns hábitos.
Indicamos a seguir algumas sugestões para ajudar a prevenir ou acabar com o esgotamento:
Estabeleça horários
Seja no trabalho, seja em casa, mantenha uma rotina com hora marcada para algumas tarefas. A começar pelo trabalho, defina um horário para começar e parar e faça hora de almoço. Se trabalha de casa, encare o fim do expediente como se estivesse na empresa e use o tempo que seria de deslocamento, por exemplo, para relaxar e descomprimir do dia de trabalho.
Na vida pessoal também é importante estabelecer limites e datas. Defina quem vai levar o lixo para fora a cada dia ou quem vai cozinhar. Assim, as tarefas ficam mais equilibradas e você pode planejar melhor a semana.
Saiba falar não
Sabemos que não é simples dizer não, especialmente no ambiente de trabalho, mas assumir mais uma função, considerando que as atuais já tomam todo seu tempo, só vai piorar a situação. Seja sincero com seus gestores e os ajude a buscar formas de lidar com essas tarefas, mas se você sabe que não terá tempo, diga não.
Faça coisas para o seu bem-estar pessoal
Tire um dia da semana, ou do pós-expediente para fazer algo por você. Pode ser ver um filme ou uma série em casa, jantar naquele restaurante do bairro que você adora, tomar um sorvete, praticar exercícios físicos, aperfeiçoar um hobbie.
O importante é que você tenha momentos de lazer para descansar a mente das tarefas do dia a dia, e se dedicar a algo que te dê prazer.
Busque ajuda profissional
A saúde mental é comumente deixada de lado na primeira oportunidade. Mas, o que vemos nos últimos anos é que nossa vida atribulada afeta, e muito, nossa mente. Existem profissionais adequados que ajudam a trabalhar essas questões, e que possuem ferramentas para te ajudar. Portanto, não se acanhe em pedir ajuda.
Ocupe sua mente
Esse cansaço físico e mental pode fazer com que você perca a disposição para fazer algo que vai melhorar sua vida profissional e pessoal. Entender que tem esgotamento mental é o primeiro passo para buscar uma solução. E uma boa alternativa é se dedicar aos estudos. Adquirir novos conhecimentos gera energia, aguça a curiosidade e uma especialização, como uma pós pode contribuir para para sair desse estado mental.
