Moda sustentável: entenda o conceito e veja exemplos

Assim como outros setores, o segmento fashion e têxtil enfrenta desafios para se tornar mais verde. A moda sustentável tem ganhado força ao buscar novos processos que diminuam o impacto ambiental. 

A moda é uma das indústrias mais poluentes atualmente, desde a fabricação dos tecidos até o descarte das peças, portanto repensar todas as etapas é fundamental para que o setor prospere sem prejudicar o meio ambiente. 

A sustentabilidade na moda, então, busca avaliar esse impacto, e encontrar novas maneiras de produzir. Além disso, e seguindo os conceitos disseminados pelo ESG, o setor ainda deve olhar para o aspecto social, e buscar condições de trabalho adequadas.  

Impacto da moda no meio ambiente

Mais do que só um elemento para cobrir o corpo, a moda tem uma relação com a nossa cultura, e representa hábitos de estilo de uma sociedade, aponta comportamentos e apresenta um retrato social. 

Além disso, por ser uma das maiores indústrias do mundo, movimenta bilhões e é um importante gerador de empregos. Ao longo das últimas décadas, se transformou em um bem de consumo desejado, e também descartado. 

Seu ciclo de vida é curto e, além das mudanças de coleções de acordo com as estações, não demora muito para que uma peça que antes era desejo se tornar fora de moda. 

Nos anos 1990, esse consumo acelerado se fortaleceu com as fast fashion (“moda rápida”, em tradução literal), grandes lojas de departamento que apostaram no baixo custo de produção e de materiais, vendendo a preços mais populares. Esse formato mais barato tem como consequência a baixa qualidade, o que faz com que as roupas durem menos e, logo, sejam descartadas. 

Além disso, com filiais espalhadas pelo país e pelo mundo, a alta produção permite que novos lançamentos ocorram com mais frequência: ao invés de uma nova coleção a cada estação, as novidades podem ser semanais. 

As consequências dessa alta produção, consumo e descarte para o meio ambiente são devastadoras. Hoje, a indústria da moda é a segunda que mais polui e, sozinha, representa cerca de 2% a 8% das emissões globais de carbono, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). 

Segundo um relatório do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), o setor é responsável pelo consumo de 4% da água limpa do mundo por ano. O tingimento e tratamento de tecidos também é descartado de volta aos rios, sendo um dos principais poluentes das águas. Além disso, 35% do microplástico encontrado nos oceanos vem da lavagem de fibras sintéticas. 

O que é moda sustentável?

Em um esforço para diminuir esses índices e reduzir o impacto ambiental, a indústria tem buscado soluções que vão desde a escolha de matérias-primas, passando pela produção até a decomposição das peças de vestuário. Além disso, busca-se um olhar amplo que contemple também os aspectos sociais e econômicos. 

Ações para reverter esse cenário incluem o uso de fibras biodegradáveis, o tratamento da água utilizada antes do descarte, reuso de descartes têxteis e economia circular. Confira alguns exemplos de soluções que podem tornar a moda mais sustentável:

Materiais naturais

Fibras naturais como o algodão orgânico são produzidas sem o uso de aditivos agrícolas ou produtos nocivos. Com isso, desde o plantio, seu processo respeita às condições ambientais. A própria fabricação da fibra também envolve menos agentes químicos. 

Outra forma de minimizar o impacto é utilizando fibras recicladas, ou seja, sobras de resíduos da própria produção que, ao invés de serem descartados, voltam para o ciclo de fabricação. Essas fibras também possuem maior duração, fazendo com que a peça final de roupa dure mais tempo em bom estado. 

Economia e tratamento de água

Enquanto o algodão orgânico brasileiro utiliza 92% de água da chuva em sua produção, uma peça de jeans necessita mais de 5 mil litros para ser produzida. O desafio aqui é encontrar formas de diminuir essa quantidade, considerando a popularidade do jeans. 

Além disso, priorizar outros tecidos, como o já mencionado algodão, além de linho, juta e cânhamo, contribui com a diminuição do consumo de jeans. 

Já a água utilizada no tingimento, que carrega diversos produtos químicos, precisa ser tratada da forma adequada antes de ser liberada novamente nos sistemas hídricos. 

Moda circular

Seja comprando em brechós ou repassando peças que não usa mais, seja manter boas roupas em circulação também contribui para quebrar o ciclo de consumo e produção desenfreados. 

Já o upcycling busca reinventar a moda de luxo, resgatando tecidos antigos e criando peças novas – e únicas. Elas mantêm um alto valor, e evitam a produção de novos tecidos. 

Para os consumidores, é importante checar a etiqueta e ver qual a composição de um produto. Fibras sintéticas, como viscose e poliéster, utilizam alta quantidade de produtos químicos em sua fabricação, e não se decompõem facilmente após o descarte. 

A moda sustentável é um processo que todos podem contribuir da sua forma, seja exigindo melhores práticas das empresas, seja contribuindo ativamente para mudar a realidade atual. Conheça nossas opções de pós e saiba como se profissionalizar e se tornar um especialista em temas urgentes para a sociedade. 

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