“Profissionais LGBTQIAP+ inovam mais quando se sentem seguros no ambiente de trabalho”

De acordo com a pesquisa da consultoria Mais Diversidade, 70% dos profissionais LGBTQIAP+ não se sentem seguros no ambiente de trabalho. Além disso, mais da metade (57%) das pessoas que responderam a pesquisa afirmaram que pretendem mudar de emprego se tiverem a oportunidade. Em um cenário como esse, pensar sobre diversidade dentro das empresas é mais do que necessário. 

Stephany Cristine Dos Santos, Gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão na Cogna Educação, explica que, para promover um ambiente inclusivo e seguro, as empresas devem elaborar programas afirmativos e comunicações voltadas para a comunidade LGBTQIAP+, reforçando que a organização as aceita e acolhe independente do gênero e orientação sexual. 

“E como fazer para ter isso de verdade dentro da empresa? Promovendo a cultura e a diversidade, equidade e inclusão. Então, culturalizando isso de forma organizacional, com gestores e líderes praticando uma liderança inclusiva, em que eles entendem o tema, evitam piadas e desconstroem vieses inconscientes, para que as pessoas possam viver em um ambiente seguro”. 

Stephany Cristine Dos Santos, Gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão na Cogna Educação
Stephany Cristine Dos Santos, Gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão na Cogna Educação

Mais diversidade, mais inovação

Segundo Stephany, com pessoas de grupos minoritários dentro da empresa, é possível garantir representatividade e ambientes mais acolhedores para os colaboradores se sentirem livres para ser quem são. “Profissionais LGBTQIAP+ inovam mais e conseguem trazer o melhor de si quando se sentem seguros no ambiente de trabalho”, explica. 

Além de promover um ambiente seguro para os colaboradores, olhar para a diversidade na empresa é também uma forma de pensar no desenvolvimento do negócio. Segundo uma pesquisa da McKinsey, empresas que trabalham com uma diversidade maior e com uma população de colaboradores mais heterogênea e mais diversa em ideias têm um desempenho financeiro maior do que aquelas que não trabalham.

Isso porque o olhar e o conhecimento de pessoas da comunidade faz com que as ações da empresa sejam mais assertivas. Nesse sentido, Stephany dá um exemplo prático: imagine que uma empresa está desenvolvendo um produto específico para a população LGBTQIAP+. Ao garantir uma equipe com pessoas diversas, incluindo colaboradores LGBTIAP+, o desenvolvimento desse produto será diferente, com uma assertividade maior, e, consequentemente, com um retorno maior. Além disso, isso impacta no engajamento dos profissionais. “No fim do dia, elas se sentem bem e felizes onde estão trabalhando”. 

A importância da equidade 

Mais do que contratar profissionais LGBTQIAP+, é preciso pensar em programas de desenvolvimento e benefícios que de fato atendam às necessidades desses colaboradores. “Para poder oferecer, eu preciso saber quem eles são. O primeiro passo é ter dados que mapeiam a população LGBTQIAP+ dentro da companhia. Sabendo quem são os integrantes de cada letra, eu consigo pensar em um programa de desenvolvimento diferenciado e equânime”, explica Stephany. 

Ela ainda lembra que é preciso oferecer às pessoas o que elas precisam receber e não de forma igualitária, por isso é tão importante fazer um mapeamento para identificar os colaboradores e compreender as necessidades de cada letra da sigla. 

“De forma equânime, eu consigo pensar em benefícios para casais homoafetivos e adoção de crianças, por exemplo. Eu consigo ter toda essa questão de benefícios e melhorias de ambientes de trabalho para a população LGBTQIAP+ dentro de casa”. 

Ações para profissionais LGBTQIAP+ na prática

Pensando em identificar os colaboradores e melhor atender suas necessidades, Stephany conta que a Cogna está com uma campanha de censo de diversidade. O objetivo é que os colaboradores se identifiquem para que a companhia saiba quais são os marcadores invisíveis e, assim, pensar em mais ações para a população LGBTQIAP+.

Elaborar ações na empresa pensadas para os grupos minoritários é também uma forma de tornar o ambiente mais acolhedor para os profissionais. Na Cogna, foi criado o grupo de afinidade Cogna em Cores, que tem como função promover um ambiente inclusivo, diverso e acolhedor.

Em junho, no mês do Orgulho LGBTQIAP+, foram feitas várias ações de letramento, em que foram explicadas cada letra da sigla. “Letrar a população é um dos pilares importantes dentro de um grupo de afinidades, que é poder sensibilizar nossos colaboradores sobre as pautas deles”, explica a Gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão. 

Além disso, a companhia teve uma palestra sobre o Mês do Orgulho e Lugar de Fala com a ativista Bielo Pereira. “Também tivemos um workshop com uma pessoa não binária falando também do lugar de fala, contando a história da comunidade LGBTQIAP+ dentro da companhia”, conta. 

Recomendações para você

Acompanhe!