Você sabe qual a importância do professor de apoio na educação especial? Conforme o Brasil avança nas políticas de inclusão nas escolas, esse profissional se torna cada vez mais presente nas salas de aula.
Seu papel é essencial para promover a inclusão e o apoio necessários a esses alunos que necessitam de atendimento especializado. Neste texto, vamos explicar melhor qual a sua função, importância e como se especializar nessa área.
Educação inclusiva
Antes de mais nada, precisamos entender o que é educação inclusiva, pois é neste contexto que o professor de apoio está inserido. No Brasil, existem cerca de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo dados do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desse total, mais de 3 milhões são crianças com até 14 anos que, como as outras, também devem ter o direito à educação.
Porém, foi só a partir de 2008 que esse tema ganhou um olhar mais apurado, com a criação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), criada pelo Ministério da Educação com o objetivo de assegurar a inclusão escolar deste grupo de alunos.
Desde então, apesar dos números ainda não serem ideias, o país vê um aumento anual de crianças com deficiência matriculadas nas escolas. Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), houve um salto expressivo no número de matrículas de estudantes com deficiência, partindo de 46% em 2017 para 87% em 2019.
Esses índices são positivos no que diz respeito à inclusão e acesso ao ensino, mas também implicam em novos desafios para a educação. Além das adaptações estruturais necessárias, como rampas e elevadores, existem aspectos comportamentais que incluem a capacitação dos professores e outros profissionais, além do apoio e da socialização com os outros alunos.
Qual o papel do professor de apoio?
É nesse cenário, especialmente dentro da sala de aula, que o professor de apoio se faz necessário. Seu papel é ajudar a conduzir o processo pedagógico, com ênfase nas necessidades de aprendizagem dos alunos com deficiência.
Ele acompanha o desenvolvimento desses estudantes, ajudando a abrir caminho para que eles adquiram conhecimento e superem as barreiras para chegar ao mesmo resultado dos demais. Ele também auxilia os alunos na alimentação, higiene e locomoção.
Muitas vezes, porém, o modelo tradicional de ensino não é adequado para esse grupo, portanto também faz parte de suas funções desenvolver formas inclusivas de realizar as atividades. E isso também tem reflexo nos outros estudantes, pois devem aprender a lidar com as diferenças e respeitar o processo de cada um.
Por conta disso, precisa estar alinhado com o professor em relação às atividades e o planejamento das aulas. Com isso, consegue fazer suas contribuições, baseadas nos conhecimentos específicos, que permitirão que a integração ocorra de maneira fluída e com a contribuição de todos.
De certa forma, esses profissionais são a “ponte” entre o ensino tradicional e as crianças com deficiência, ajudando a criar um ambiente que pense nesse grupo de alunos como parte da instituição, tratando todos com respeito e facilitando sua educação.
Esse professor também deve estar em conformidade com o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que ajuda a garantir que os alunos que possuem algum tipo de deficiência tenham o acesso adequado à educação.
O AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos. Entre eles estão a Sala de Recursos Multifuncional, que deve estar disponível em escolas que promovem a inclusão.
Esse espaço deve conter recursos especiais atualizados para atender esse grupo, como máquina de datilografia e impressora Braille, softwares de comunicação alternativa e calculadora sonora. Ela não substitui a sala tradicional, mas funciona como um complemento para o aprendizado desses alunos, e em geral as aulas acontecem no contraturno escolar, ou seja, fora do horário de ensino regular.
Especialização para professores de apoio
Como vimos, além de ter um papel central no processo de inclusão, esses profissionais precisam desenvolver conhecimentos e habilidades específicas para lidar com a sua função. As opções para essa especialização incluem pós ou licenciatura.
Nossas instituições contam com pós-graduação de 4 meses, que permite que os docentes se preparem em pouco tempo para se dedicar a esse trabalho e expandir seus conhecimentos.
Com a especialização, os profissionais são capazes de elaborar, implementar e avaliar propostas educacionais sustentadas nos conceitos de inclusão, além de dialogar e elaborar materiais didáticos adequados.
As disciplinas podem incluir estudos sobre deficiência auditiva, visual, intelectual e física, além de elaborar os conceitos determinados pelo AEE, além da legislação e políticas públicas de inclusão e multiculturalidade e tecnologias assistivas e formas de comunicação alternativa.
Agora que já sabe qual a importância do professor de apoio na educação especial, pode se especializar na área e adquirir as ferramentas necessárias para atender esse público e ser um agente de mudança para todos na escola, promovendo uma sociedade mais justa e igualitária.