Poucos temas são tão sensíveis no âmbito profissional quanto como negociar salário. Embora hoje seja mais comum falar sobre remuneração, especialmente com o debate relacionado à igualdade entre gêneros, o assunto ainda é considerado tabu.
Quando se trata de um processo seletivo, o profissional ainda enfrenta alta pressão para conseguir a vaga e, de certa forma, a empresa tem a vantagem de poder optar por outro candidato caso não haja um consenso.
Mas a dinâmica entre profissional e empresa mudou e, enquanto as organizações fazem a seleção do candidato que mais se encaixa em seu negócio, pessoas com alta qualificação também analisam se a vaga atende seus requisitos segundo seus objetivos e metas de carreira.
O mesmo funciona para quando o colaborador já faz parte da equipe há anos e quer renegociar sua remuneração. Embora negociar não seja uma habilidade desenvolvida em muitos profissionais, é necessário para conseguir chegar em um resultado que atenda ambas as partes.
Aprendendo a falar sobre dinheiro
Falar sobre dinheiro é uma dificuldade para as pessoas em geral. Cobrar um parente, compartilhar o salário ou comentar custos específicos de vida com amigos, relatar uma compra.
Além disso, não se estudam questões financeiras a não ser que faça parte da grade curricular na universidade – o que acontece somente em graduações específicas. Consequentemente, a maioria das pessoas não têm conhecimento adequado para entrar em detalhes sobre finanças, o que ajuda a deixar o assunto de lado.
Porém, é só falando sobre dinheiro que adquirimos capacidade para argumentar e negociar. Isso porque parte do processo de negociação implica em compreender a média salarial do mercado e os valores praticados na organização.
Como negociar salário?
Por isso, desmistificar o tema e falar sobre salário é o primeiro passo para conseguir negociar. Mas existem outras estratégias necessárias antes de entrar em uma negociação, seja ao conquistar uma nova oportunidade de emprego, seja ao ser promovido ou ainda por merecimento. Confira cinco dicas para negociação:
1 – Pesquise a média salarial
Há diversas formas de analisar os valores praticados no mercado, desde comparando com vagas anteriores, consultando amigos e colegas que ocupam cargos similares, ou ainda verificando em sites especializados em recrutamento e seleção. A partir disso é possível fazer uma média, levando em consideração o valor que almeja.
Em caso de reajuste, o ideal é buscar um valor entre 10% e 15%, considerando um cenário de economia desacelerada.
2 – Prepare os argumentos
Essa não precisa ser uma conversa combativa, mas uma negociação, invariavelmente, implica em duas propostas distintas. Porém, ambos têm o mesmo objetivo, que é achar um valor possível para os dois lados.
A empresa, seja na posição do responsável financeiro, seja do representante do RH ou do gestor da área, estará preparada para delinear os “porquês” do valor oferecido. Cabe ao profissional se planejar também para contra argumentar. Prepare-se antes, mesmo que seja apenas falando seus pontos na frente do espelho, para ganhar mais confiança.
Mas o mais importante é deixar claro para a empresa as razões para que essa remuneração aumente, ou seja, mostre objetivamente como agregará valor no cargo.
3 – Mostre o quanto você vale
A máxima “contra fatos não há argumentos” é adequada neste processo. Mostre seus números e realizações concretas, que indicam seu valor para a organização. Mesmo que algumas ações não tenham resultados numéricos, elas oferecem benefícios de alguma maneira. Portanto, deixe claro o que a organização obteve ou pode obter através da sua dedicação.
Se for necessário, coloque no papel suas competências e os pontos-chave que quer destacar do seu trabalho antes da reunião.
4 – Busque diferenciais
Ter um diferencial competitivo facilita neste processo, pois fica mais fácil mostrar a capacitação e o merecimento que tem. Portanto, siga desenvolvendo suas habilidades profissionais, como uma pós-graduação EAD 4 meses, que o tornará mais requisitado e dará mais abertura para negociar valores.
5 – Analise o cenário
Uma empresa que está fazendo cortes de pessoas ou diminuindo gastos dificilmente abrirá oportunidade para negociar o salário. Por outro lado, um profissional com pouco tempo de empresa, ou que ainda não mostrou os resultados esperados tem menos poder de argumentação. Com isso, antes de iniciar o processo de negociação, avalie o cenário e veja se há uma possibilidade concreta de buscar um aumento.
Já ao mudar de empresa, a busca por melhores condições salariais vem acompanhada de outras possibilidades. Para muitos, benefícios flexíveis, trabalho híbrido e outros tipos de bonificação são prioridade. Mas, ao mudar visando a compensação financeira, o ideal é considerar ao menos 20% de acréscimo.
Saber como negociar salário oferece mais autonomia para os profissionais, aumenta sua autoconfiança e o permite se preparar melhor para ir em busca de seus interesses profissionais.