Em mercados aquecidos, e pensando em profissionais talentosos e valiosos para as empresas, a prática da contraproposta se tornou algo relativamente comum. Com ela, as companhias podem tentar reter um colaborador altamente capacitado, que por sua vez, poderá receber um aumento e algumas promessas para o futuro. Mas será que vale a pena?
Por mais que muitos profissionais usem essa tática para conseguir melhores salários, nem sempre ela vai ser a melhor saída. Afinal de contas, todos vamos concordar que ela está longe de representar o melhor cenário para a sua carreira, certo?
Mas antes de discutirmos sobre os prós e contras dessa alternativa, que tal definir exatamente o que são as contrapropostas?
O que é contraproposta?
As contrapropostas são ofertas realizadas por empresas que querem manter um colaborador que recebeu outra proposta de trabalho.
Muitas vezes, o profissional chega em seu gestor, ou no departamento de Recursos Humanos, para anunciar que recebeu uma ótima oferta de outra companhia. Tendo em vista que ele é um colaborador de excelência, que a empresa gostaria de manter na equipe por mais tempo, ela consegue oferecer uma proposta que supera a oferta da concorrência.
Se você está pensando que a dinâmica é bem parecida com a de um leilão, você acertou. Em resumo, as contrapropostas são lances que as organizações dão na expectativa de reter um talento. E cabe a ele decidir se as condições apresentadas são vantajosas ou não.
Geralmente, nesse momento decisivo, as empresas conseguem aprovar um aumento de salário, ou até mesmo uma promoção, e prometem uma série de coisas para o funcionário. Mais autonomia, projetos novos, plano de carreira, custeio de cursos, promoções de tantos e tantos anos, dentre muitos outros exemplos.
Por que você deve tomar cuidado com a prática
Por mais que as contrapropostas pareçam ser algo genial, que gera ganhos tanto para a empresa quanto para o colaborador, elas estão longe de serem tão “boazinhas” assim. Por trás de uma contra oferta, podem existir muitos fatores ocultos com potencial para te prejudicar, seja no curto prazo, seja no longo prazo.
1 – Quebra de confiança
O primeiro ponto a ser analisado é a questão da confiança. Ao aceitar uma nova oferta, mesmo depois de participar de um processo seletivo na concorrência e ser aprovado, você pode demonstrar à liderança que não é tão leal assim.
Dessa maneira, pode ser que você quebre o vínculo de confiança. A partir de então, os gestores sempre terão um pé atrás com você, o que pode atrapalhar seu crescimento e desenvolvimento.
2 – Cenário de desvalorização profissional
Outra questão relevante é a desvalorização profissional. Companhias comprometidas com seus colaboradores fazem questão de valorizá-los e de garantir que eles estejam satisfeitos em suas posições, o que inclui promoções e aumentos compatíveis com a realidade da organização e com as entregas dos profissionais.
Sendo assim, se a empresa teve que esperar você pedir demissão para conseguir aprovar um aumento, será que ela realmente te valoriza?
3 – Desgaste na sua imagem
Além de adicionar o fator “desconfiança” ao seu relacionamento com a companhia, você também corre o risco de ter sua imagem desgastada. Aceitar um “lance” pelo seu emprego pode dar a impressão de que seu único foco está no salário, comprometendo a sua reputação dentro da companhia.
Ao longo do tempo, isso pode te prejudicar em várias áreas.
4 – “Maquiagem” de problemas organizacionais
Geralmente, os motivos que levam colaboradores a “olharem o mercado”, ou seja, a buscarem novas oportunidades, são inúmeros.
Eles ultrapassam a questão do salário e passam por pontos como problemas de relacionamento, insatisfação com o ambiente e com a cultura, desgastes com colegas e a vontade de expandir os horizontes, trazendo o frescor de um novo projeto para a carreira.
Sendo assim, o aumento da remuneração não vai resolver todos os outros pontos. Talvez eles entrem no pacote da “oferta” da empresa, mas não tem como garantir que tudo vai se tornar realidade, né?
E pode ter certeza que muitas empresas prometem “mundos e fundos” para manter seus talentos, sabendo que as mudanças não vão se concretizar.
5 – Maneira da empresa ganhar tempo
Pode soar cruel, mas há dezenas de relatos de colaboradores que foram demitidos poucos meses depois de aceitarem contrapropostas. O motivo? A empresa só apresentou uma nova oferta para garantir que a posição ficaria coberta enquanto ela buscava um novo profissional para a vaga.
6 – Mal estar com a nova empresa
Você já parou para pensar em como deve ser frustrante fazer uma proposta a um candidato, apenas para descobrir que ele aceitou uma oferta para continuar na mesma empresa? Isso pode deixar os recrutadores bastante incomodados, e como o mercado de trabalho não é tão amplo quanto você imagina, isso pode impactar a sua imagem.
Aceitar ou não aceitar? Eis a questão
Depois de todos esses motivos, você já deve ter entendido que as contrapropostas não são uma boa ideia para a sua carreira, certo? Então, avalie muito bem a sua atual empresa antes de aceitar o “lance”, e também reflita sobre os motivos que te fizeram buscar um novo emprego. Isso vai te ajudar a tomar a decisão correta.
Para conseguir um desenvolvimento efetivo na sua carreira, e não depender de uma contraproposta, você pode fazer uma pós-graduação EAD, sabia? Dessa forma, você vai se tornar um profissional ainda mais capacitado, ganhando o reconhecimento e a valorização dos empregadores por ser um especialista.
