3 pautas socioambientais importantes na atualidade

Não há dúvidas: nos últimos anos, as questões envolvendo pautas socioambientais vêm crescendo pelo mundo. E, particularmente, 2021 é um ano ainda mais crucial para a temática. As mudanças climáticas, as emissões de C02, a preservação da biodiversidade e a situação dos povos originários viraram pontos críticos para a humanidade, condições estas que determinam a sobrevivência e a evolução da vida no planeta.

O meio ambiente vem se transformando por causa das ações sociais e econômicas e não há como ignorar os desafios impostos por esses aspectos. Agir contra o desmonte ambiental é dever de todos, mas, para isso acontecer, é importante estar atento e entender a melhor maneira de colaborar dentro da realidade de cada um. 

Pautas socioambientais para ficar de olho

Veja abaixo três temas importantes para a sociedade, que, inclusive, podem estar presentes nos vestibulares e no ENEM deste ano.

  • Conferência do clima

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021 (COP26), acontece em um momento de extrema importância este ano. Marcada por vir de um período após dois anos de pandemia, o evento acontece em Glasgow, na Escócia, de 1 a 12 de novembro. Com a presença de quase 200 países, a conferência vai reunir líderes mundiais para debater planos estratégicos para enfrentar a crise climática.

Um dos principais debates será sobre as metas de redução de emissões para 2030, de modo a alcançar emissões líquidas zero até 2050. Além disso, nesta COP será finalizado o Livro de Regras de Paris (as regras detalhadas que tornam o Acordo de Paris operacional) com as alternativas estipuladas por governos, empresas e a sociedade.

Entre os assuntos de grande importância que devem orientar as decisões globais estão: a eliminação do carvão, economia de baixo carbono, redução do desmatamento, a mudança para veículos elétricos e investimentos em energias renováveis.

Por isso, também é importante ficar atento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (OSD) estipulados na Agenda 2030. Você pode conferi-los aqui.

  • Desmatamento e queimadas nas florestas

Os incêndios pelas florestas são pautas constantes nos jornais, não só no Brasil, mas no mundo. O Cerrado, por exemplo, vem enfrentando recordes de desmatamento e da ação do fogo criminoso.  50% de sua cobertura original já foi perdida. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente este ano, o bioma foi alvo do maior número de queimadas desde 2012.

Já na Floresta Amazônica, a situação é tão preocupante, que 17 municípios do Acre estão com risco de enfrentar temperaturas altíssimas (quase inabitáveis) até o final do século. Ainda segundo o Inpe, 12 milhões de pessoas que vivem na Amazônia podem morrer devido ao calor elevado.

Segundo a WWF (Fundo Mundial para a Natureza), a maioria das queimadas na Amazônia “é criminosa e consequência direta do desmatamento, que avança cada vez mais rápido por causa do roubo de terras públicas, invasão de garimpeiros, exploração ilegal de madeira, entre outros”. No site da instituição, há uma série de documentos e relatórios ricos com informações detalhadas. Você pode acessá-los aqui.

Vale lembrar que, com o desmatamento de áreas verdes, gases poluentes são emitidos na atmosfera, a biodiversidade é prejudicada, a temperatura aumenta e, consequentemente, o efeito estufa é acelerado. Além disso, uma série de problemas respiratórios e cardiovasculares associados à fumaça refletem na população, principalmente nos mais vulneráveis.

  • Crise hídrica

Outro assunto importante, que inclusive vem afetando o nosso cotidiano, é a crise hídrica. Em 2021, os níveis dos reservatórios ficaram entre os mais baixos da história nos últimos 91 anos. Em julho, as represas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que abastecem a grande maioria do Brasil, estavam operando com apenas 30, 2% de sua capacidade – muito abaixo do ideal.  

Hoje, as hidrelétricas são responsáveis por produzir cerca de 70% da energia do país e, com a escassez das chuvas, os custos de produção acabam ficando mais elevados, subindo também o valor para o consumidor final. A conta de luz ficou mais cara (52%) e a bandeira patamar 2 foi acionada. Posteriormente, a “bandeira de escassez hídrica” também foi criada.

Mas, por que o preço da energia subiu tanto? Por causa do uso das termelétricas, que, além de serem mais caras, também são mais poluentes por usarem combustíveis fósseis.

Nos últimos 10 anos, o Brasil foi marcado por outras 2 crises hídricas. Em 2001, com os racionamentos que marcaram a sociedade, nos quais blecautes foram programados nas residências e nos comércios em 18 estados e, em 2015, período em que os altos custos das usinas impactaram diretamente na inflação das contas de energia. Assim como atualmente, o aumento em diversos setores da economia atingiu desde o pequeno produtor até as grandes indústrias.

Por outro lado, a frequência das mudanças climáticas deve aumentar ainda mais os riscos de novas crises hídricas caso nada seja feito. Ou seja, todas as pautas socioambientais acabam se interligando. 

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