Você já ouviu falar na Teoria do U? O conceito foi desenvolvido pelo especialista em inovação Otto Scharmer e foca em uma análise individual de si e das suas ações. A abordagem visa gerar uma transformação por meio do desenvolvimento de habilidades de liderança a fim de se desprender de pensamentos obsoletos e padrões negativos.
Como o próprio nome implica, essa teoria segue o desenho da letra “U” para identificar quatro fatores: o ponto alto, a descida, a curva (também chamado de ponto de virada) e a subida. Ela busca trazer um novo olhar para os problemas e soluções.
Por conta disso, está sendo cada vez mais implementada pelas empresas que buscam definir um novo planejamento estratégico e inovar em projetos que já estão em andamento.
A ideia é que, à medida que “se desce” pela curva do “U”, o indivíduo busque novas perspectivas para, depois, no movimento de “subida” pela letra, as soluções sejam encontradas.
Essa análise possui um resultado direto nos gestores e membros das equipes, que passam a trabalhar a cultura interna da empresa a partir das habilidades de observação, identificação de problemas e geração de novas soluções.
Agora você deve estar se perguntando: mas como aplicar essa Teoria do U? De acordo com Otto Scharmer, ela se divide em etapas. Em um primeiro momento, temos o reconhecimento de padrões, então passamos para a fase de suspendê-los e refletir sobre eles. Por último, está a chamada “cicatrização”, que nada mais é que a resolução dos problemas encontrados anteriormente.
Como funciona cada etapa da Teoria do U?
Para te ajudar a compreender melhor essa teoria de inovação, nós vamos desmembrar as etapas e explicá-las uma a uma.
Lembrando que, no texto, o foco é no fluxo de trabalho para melhorar o funcionamento das equipes e da empresa, mas a teoria do U também pode ser aplicada em ações ligadas ao dia a dia e à vida fora do local de trabalho.
Confira abaixo cada uma das etapas mencionadas anteriormente:
A “descida” do “U”
Ela é dividida em três diferentes momentos:
1 – Reconhecimento
O reconhecimento é como se o nosso cérebro fizesse um “escaneamento” interno dos padrões, ações e comportamentos. Esse é um momento de identificação, análise e uma reflexão inicial sobre o que pode ser melhorado no processo como um todo e, de maneira mais individual, em cada membro da equipe para auxiliar o fluxo.
2 – Suspensão
A suspensão é o momento em que, depois do reconhecimento desses padrões negativos e prejudiciais ao fluxo de trabalho, as ações não são apenas revisadas, mas oficialmente “suspensas” e passam a ser evitadas no dia a dia.
3 – Direcionamento
Já mais próximo à curva, é hora de direcionar o olhar para as novas perspectivas. Dessa forma, depois de suspender as ações consideradas prejudiciais, pense em como substituí-las.
Nessa etapa, também é importante sentir o ambiente e o momento em que você está inserido, ou seja, como você se relaciona com o meio em que está inserido, com a sua equipe e com a empresa para a qual trabalha. Perceba como suas ações estão ligadas ao propósito e a missão da companhia e direcione sua motivação para esses objetivos.
A curva do “U”
Essa curva é o “ponto de virada”, ou seja, o momento de se conectar com essa nova perspectiva criada no momento da “descida”. A partir de então é possível visualizar como será o futuro com as novas ações e o novo ambiente sendo colocados em prática após a etapa da análise sobre o passado. Essa também é a preparação para a subida e, consequentemente, para a nova realidade.
A “subida” do “U”
A subida na teoria do U é vista como uma escalada – ou seja, que exige esforços e força de vontade. Assim como a descida, ela é dividida em etapas para que o propósito seja concluído com êxito:
1 – Cristalização
Esse é o momento de ver a nova percepção “clara como cristal”, ou seja, se comprometer com essa nova realidade desejada. Aplicando isso ao modelo de negócios, é a etapa de captar um meio de resolver um problema após compreendê-lo.
2 – Materialização
Quanto mais tangível, mais fácil fica entender o problema e, por sua vez, a solução. Se for possível, crie um protótipo ou uma apresentação que apresente as situações que você acredita que podem ser melhoradas e a resposta encontrada para que essa mudança seja não apenas possível, mas também eficaz.
3 – Desenvolvimento
A última etapa da teoria do U é quando se atinge o topo da “escalada”, o momento de colocar a mão na massa, desenvolvendo as ideias que antes só estavam no papel. Após analisar, reconhecer e visualizar as possibilidades que estão à sua frente, é hora de parar de pensar e apenas materializar todos esses planejamentos.
E, quando o assunto são os negócios, é preciso saber que as decisões precisam ser estratégicas para que o fluxo de trabalho traga benefício para todos. Que tal aprender mais sobre como fazer bons julgamentos e alinhar suas decisões às missões da empresa?