As relações de trabalho estão em constante mudança há muitos anos, e nas últimas décadas, vimos o mundo corporativo adotar novas práticas e se reinventar. Novidades como celulares corporativos e escritórios remotos, por exemplo, aos poucos transformaram a forma como lidamos com o trabalho, o que impacta diretamente a qualidade de vida profissional.
Com tantas alterações e um cenário que dilui cada vez mais as barreiras entre vida profissional e vida pessoal, os termos “estresse”, “burnout”, “acúmulo de funções” e “insatisfação” começaram a aparecer constantemente nas discussões laborais. A situação acendeu um alerta e consolidou a questão da qualidade de vida de um profissional como primordial, e não há como negar que o debate deve se difundir ainda mais daqui para a frente.
Afinal, o que é qualidade de vida profissional?
A expressão pode ser definida como se sentir bem e satisfeito em seu trabalho, dois fatores que são o resultado de uma série de outras questões. Como alguns exemplos, podemos citar reconhecimento financeiro, ambientes agradáveis, equipes integradas e que se dão bem, volume de trabalho equilibrado, acesso a benefícios, lideranças empáticas e capacitadas e carga horária adequada.
Dessa forma, é possível perceber que alcançar o bem-estar ocupacional pode estar nas mãos dos colaboradores com atitudes práticas no dia a dia, mas também é uma responsabilidade das organizações. Afinal, elas devem oferecer um ambiente organizado e saudável para que seus profissionais consigam se desenvolver, entregar resultados e impactar positivamente o crescimento da empresa.
Por isso, neste artigo vamos abordar o que pode ser feito por ambas as partes, empregadores e colaboradores, para garantir o bem-estar profissional. Veja as listas abaixo.
O que os colaboradores podem fazer para aumentar o bem-estar?
Por mais que uma série de problemas só possam ser solucionados pelas empresas, os colaboradores também são capazes de aderir a diversas mudanças na rotina para melhorar a qualidade de vida. Neste artigo, listamos 8 dicas simples, mas que podem fazer toda a diferença daqui para a frente.
1 – Ter organização é primordial
Se você se sente cansado e insatisfeito no trabalho, sem conseguir alcançar os resultados esperados ao mesmo tempo que não aproveita sua vida pessoal, o primeiro passo é começar a se organizar.
Isso porque, quando confiamos apenas na memória e não planejamos nossos dias e semanas, facilmente podemos nos perder, esquecer prazos e confundir processos, o que aumenta a sensação de estar perdido e “no meio de um furacão”. A boa notícia é que se organizar pode resolver todos esses problemas e te colocar no caminho certo para ter uma relação mais saudável com o seu emprego.
Manter listas dos seus afazeres, ter clareza sobre as suas responsabilidades e saber exatamente o que precisa ser feito são ideias simples, mas muito efetivas, para iniciar essa jornada de mais bem-estar no trabalho. Conte com agendas, calendários e sites de gerenciamento de projetos, além de uma boa organização no seu e-mail e outras ferramentas do dia a dia, para manter tudo em ordem e otimizar o seu tempo.
2 – Saber definir prioridades para não se sobrecarregar
Além de ser organizado com suas tarefas, é importante saber definir o que é prioridade. Por mais que às vezes não seja possível controlar entregas urgentes, muitos casos de perda de prazos, atrasos e estresses para conseguir finalizar um afazer decorrem da falta de organização e de ter uma lista de prioridades.
Assim, quando entendemos o grau de importância e urgência de cada atividade, fica mais fácil definir quando cada uma delas deverá ser feita, evitando sobrecarga de trabalho e a desconfortável situação de ter que correr para entregar uma demanda.
3 – Aprender a delegar tarefas
Ter uma lista de prioridades também vai te ajudar a visualizar o que precisa ser feito por você, o que pode ser delegado e o que tem potencial para ser deixado de lado. Tentar “abraçar o mundo” e resolver sozinho todos os problemas só vai trazer mais dificuldades para a sua vida, então, não tenha medo de avaliar se um colega de trabalho pode assumir uma tarefa nem de conversar com seu gestor sobre a necessidade de outras.
Todos temos limites, e respeitá-los é essencial para evitar a sobrecarga de trabalho e situações mais sérias, como o desenvolvimento de uma Síndrome de Burnout.
4 – Entender que às vezes é necessário negociar prazos e pedir ajuda
Isso significa que, às vezes, delegar tarefas e avaliar se elas são necessárias não vão ser o suficiente. Quando sentir que os prazos não serão alcançados, não tenha vergonha de explicar a situação para seus líderes e negociar os prazos.
Além de aliviar a sua carga de trabalho, conseguir ajustar datas de entrega também comunica aos seus gestores e colegas que você sabe delimitar seus limites e pedir ajuda quando necessário, comportamentos essenciais para garantir o bem-estar.
5 – Encontrar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Ter e-mails que podem ser enviados de qualquer lugar, poder trabalhar de casa e carregar um celular corporativo, que te deixa acessível vinte e quatro horas por dia, são alguns exemplos que ajudam a entender por que os limites entre vida pessoal e profissional estão cada vez mais confusos.
Antes, o trabalho ficava no escritório e havia uma divisão física entre ele e o restante de nossas vidas. Mas agora, ele pode nos acompanhar para qualquer lugar, com possibilidades que facilitam a sobrecarga, o acúmulo de horas extras e a dificuldade em “se desligar” fora dos horários oficiais de expediente. Como resultado, diminuímos períodos de lazer e descompressão e entramos em uma zona perigosa, onde a vida se resume ao trabalho.
Tendo isso em vista, é de extrema importância encontrar um equilíbrio entre nossas vidas profissional e pessoal, tanto para a saúde em geral quanto para manter um relacionamento saudável com a sua carreira. “Viver para o trabalho” pode ser nocivo e resultar no oposto do que você gostaria, por isso, busque sempre o meio-termo.
6 – Procurar opções flexíveis para se desenvolver profissionalmente
Hoje em dia, a internet pode nos ajudar a alcançar esse equilíbrio quando falamos de desenvolvimento profissional, por exemplo. Para especializações, podemos encontrar diversas pós-graduações em EAD, como as disponíveis no Portal Pós Pitágoras, com videoaulas que se adequam ao seu dia a dia.
Dessa forma, você pode ter acesso a um ensino de qualidade, que vai contribuir para a sua carreira, enquanto cuida da sua qualidade de vida e consegue montar uma rotina dinâmica e saudável.
7 – Colaborar para manter o ambiente agradável
Sempre que possível, direcione as suas ações para melhorar o ambiente de trabalho. Por exemplo, você pode evitar fofocas e não fomentar intrigas entre colegas, valorizar o trabalho em equipe e sugerir dinâmicas mais descontraídas para amenizar o estresse corporativo.
8 – Se planejar para fazer pausas
Por fim, não se esqueça das pausas. Elas são de extrema importância tanto no cotidiano, com pequenas paradas ao longo do dia e folgas programadas, quanto por períodos maiores, nas férias.
Descansar, se dedicar à família e amigos, ter momentos de lazer, viajar e esquecer do trabalho por alguns dias é fundamental para manter o equilíbrio e ter qualidade de vida, o que no fim, também impacta diretamente o nosso rendimento no trabalho.
O papel das empresas para a qualidade de vida de um profissional
Por mais que os colaboradores se esforcem para garantir o bem-estar, as organizações também precisam assumir sua responsabilidade para que as horas de trabalho sejam agradáveis e proveitosas. Veja abaixo algumas formas de fazer isso:
1 – Investir em espaços agradáveis
Garanta que os ambientes sejam bem ventilados e tenham iluminação adequada, e além disso, sempre que possível, atualize os móveis e as facilidades dos espaços físicos do trabalho. Ter ambientes agradáveis faz toda a diferença para o bem-estar dos colaboradores, que terão toda a estrutura necessária para trabalhar de forma eficiente.
Além disso, aposte em alguns espaços mais descontraídos, para as pausas do dia a dia, invista em cores neutras, paisagismo e outras propostas que valorizem a tranquilidade, como odores agradáveis e barulho de água em alguns ambientes.
2 – Reconhecer os colaboradores de diversas formas, incluindo financeiramente
Profissionais reconhecidos são profissionais motivados e dedicados ao trabalho, por isso, tenha uma política de promoções, aumentos e bônus, se possível, e também aposte em outras formas de reconhecimento.
Algumas ideias são feedbacks constantes, disponibilidade de cursos, intercâmbios e outras formas de especialização, programas de reconhecimento e premiações e um bom pacote de benefícios. Pensando na qualidade de vida de um profissional, bons exemplos são oferecer um plano de saúde, iniciativas para a saúde mental, flexibilidade e momentos de descontração no trabalho, como aulas de yoga e ginástica laboral.
3 – Garantir uma atmosfera tranquila para todos
Para além de espaços físicos apropriados e planos para reconhecer os colaboradores, garantir uma atmosfera saudável na empresa é um ponto-chave para a saúde dos profissionais. Esse tópico inclui uma cultura de inclusão, processos organizados, líderes empáticos, cumprimento de acordos, metas realistas, o hábito de ouvir as equipes e a minimização de ruídos de comunicação, dentre muitos outros exemplos.
Ou seja, o objetivo é ter um clima organizacional aprazível, sem conflitos desnecessários e no qual os colaboradores sejam ouvidos e levados em consideração. Afinal, ninguém gostaria de trabalhar em um ambiente desorganizado, com profissionais acumulando funções, chefias tiranas e a sensação de que você não está sendo ouvido.
4 – Monitorar situações adversas e fazer de tudo para evitá-las
Manter uma atmosfera tranquila também inclui o monitoramento, prevenção e reversão de situações adversas e estressantes. Elas variam de acordo com cada setor e empresa, mas alguns exemplos comuns são a sobrecarga de profissionais, que acumulam tarefas de diversas posições, e um grande volume de trabalho, que resulta na necessidade de realizar horas extras constantemente.
O ideal é manter um canal de comunicação com as equipes, para que elas se sintam confortáveis em demonstrar que algumas circunstâncias e processos não estão adequados e saibam que algo será feito para reverter esse quadro. Mas além disso, a percepção dos gestores e líderes precisa estar calibrada para identificar pontos como os citados acima, para que assim os protocolos de reversão sejam colocados em prática.
6 – Não tolerar bullying e assédios
Hoje em dia, as empresas precisam se empenhar para coibir e resolver de forma rápida qualquer forma de bullying e assédios, lembrando que em alguns casos, autoridades terão que ser acionadas. Garanta que a empresa possui código de conduta, treinamentos e programas de reciclagem para prevenir este tipo de problema, mas também invista em processos e protocolos caso algum episódio seja detectado.
Monitorar e manter um olho atento ao comportamento dos colaboradores pode ajudar na identificação rápida de casos de assédio moral, por exemplo, resultando em ações programadas e eficientes para eliminar o problema e tomar todas as medidas cabíveis.
Aqui, os profissionais precisam saber que a organização não tolera nenhum tipo de assédio ou bullying em seus espaços, passando a segurança de que tudo é feito para prevenir problemas e também de que eles podem confiar no RH para denunciar situações delicadas.
Para além dos pontos que acabamos de mencionar, assegurar a qualidade de vida profissional depende, fundamentalmente, de conhecer a sua companhia e seus colaboradores, por isso todas as proposições podem ser flexíveis, se adaptando a cada realidade distinta.