Quando escolhemos um curso de graduação e nos dedicamos para conseguir o tão sonhado diploma, muitas vezes imaginamos que já temos tudo definido. A partir dali, a ideia é seguir uma única profissão e carreira até a aposentadoria, certo? Mas na realidade, esse trajeto pode passar por uma série de alterações, incluindo uma mudança de carreira, que está cada vez mais comum e buscada pelas pessoas.
De acordo com a 18ª edição do Índice de Confiança Robert Half, 39% dos profissionais desejam mudar suas carreiras. A pesquisa foi realizada em novembro de 2021 e contou com 1.161 entrevistados, entre empregados, desempregados e também recrutadores, que apontaram alguns indícios que explicam esse movimento no mercado de trabalho.
Segundo o Índice, as principais motivações para mudar de profissão foram a busca por uma maior remuneração, a vontade de aprender coisas novas, inovar, alcançar realização pessoal e também obter mais qualidade de vida. Dessa forma, entendemos que o desejo de “recalcular a rota” profissional aparece pelos mais variados motivos, que se encaixam em nossa realidade atual.
Então, se você se identificou com algum deles e está decidido a seguir novos caminhos na vida profissional, não deixe de conferir as dicas que separamos para você passar por esse processo. Confira abaixo!
10 passos para realizar uma mudança de carreira
Mudar de carreira é um movimento sério e importante, e por isso, é preciso se planejar e ter muita responsabilidade na hora de definir suas próximas escolhas. Tomar decisões precipitadas e sem um plano de ação definido pode ser um grande erro, e para te ajudar a não cometê-lo, montamos um tutorial com 10 dicas assertivas para esse momento.
1 – Tenha uma reserva financeira estruturada
Em primeiro lugar, você precisa garantir a sua segurança financeira. Mudar de profissão, muitas vezes, envolve passar por alguns períodos de desemprego, se recolocar no mercado com salários mais baixos ou, caso queira empreender, ter que esperar a consolidação do seu novo negócio para voltar a receber.
Por isso, não comece uma transição profissional sem antes se planejar financeiramente. Tenha reservas, faça cálculos realistas para entender o seu custo de vida, avalie a quantia necessária para o processo e não desista.
Descobrir que você vai precisar de valores altos, que demorarão algum tempo para chegar até você, pode abalar a sua determinação, mas não se esqueça dos seus motivos para tomar essa decisão. Eles vão te lembrar do porquê você iniciou essa jornada e te ajudar a seguir em frente.
2 – Pesquise extensivamente sobre o setor que deseja entrar
O próximo passo é entrar de cabeça nesse possível novo mercado. Por mais que você já tenha pesquisado um pouco e estabelecido os motivos para migrar para esse setor, chegou a hora de se aprofundar no tema.
Entenda qual é o cenário da área, quais cargos estão em alta, as médias salariais e as características gerais das vagas e dos profissionais. Além disso, para ter uma visão mais certeira, converse com quem trabalha nesse mercado. Essa experiência vai te trazer mais detalhes sobre a área e te posicionar de forma realista, apontando possibilidades e mostrando, também, dificuldades que podem aparecer no caminho.
3 – Entenda o que é necessário para conseguir uma vaga
Depois de se familiarizar com esse “novo mundo”, pense em como você poderá se inserir nele. Estamos falando de uma mudança de carreira dentro da sua área de formação, ou para uma profissão nova? Você terá que fazer uma nova graduação? Há exigências de idiomas? E quais são as características comportamentais de profissionais nesse campo?
Responder a estas e outras perguntas irá abrir os seus olhos para as próximas etapas, ou seja, para de fato começar a agir e buscar o seu lugar em uma nova jornada. Para isso, também é válido entrar em contato com pessoas que fizeram mudanças semelhantes para a carreira que você quer, colhendo relatos que certamente trarão ideias valiosas.
4 – Monte um plano de carreira
Agora que você já sabe o que quer e como chegar até lá, não deixe de estruturar um plano. Por mais que os objetivos e caminhos estejam claros em sua mente, colocá-los no papel adiciona motivação ao processo e também consegue apontar para questões que ainda precisam de resolução, por exemplo.
Para tanto, defina seus objetivos a curto, médio e longo prazo, compreenda o que eles demandam para serem atingidos, monte um plano de ação e comece a agir.
5 – Invista em conhecimento e experiências focadas na nova profissão
A fase da ação começa com investimentos em conhecimento e experiências, pois mudar de área significa ter muito o que aprender. Entenda as qualificações necessárias e não deixe de investir em especializações, como uma pós-graduação EAD, em cursos de idiomas, certificações e atualizações.
Pense estrategicamente no que pode diferenciar o seu currículo em um processo seletivo e aposte nessas opções, que além de trazer conhecimento, vão começar a te aproximar da área. Assim você pode, inclusive, fazer networking e iniciar sua inserção no meio.
6 – Atualize seu currículo, LinkedIn e avise sua rede de contatos
E falando em rede de contatos, não deixe de avisá-los sobre suas mudanças profissionais. Eles conseguirão te ajudar com dicas, experiências anteriores, apresentação de outros contatos e, quem sabe, oportunidades formais de trabalho.
Além disso, expanda as atualizações para os seus documentos e redes. Inclua suas especializações novas no currículo e no LinkedIn, destaque suas novas habilidades, faça conexões novas e, aos poucos, direcione o foco do seu perfil profissional para os objetivos futuros.
Aqui, vale ter cuidado na hora de tornar esse movimento público caso ele não seja do conhecimento de seus colegas de trabalho e chefes atuais, por exemplo. Talvez isso leve a desgastes desnecessários.
Leia também: Como criar plano de carreira assertivo para atingir suas metas profissionais
7 – Avalie quais “soft skills” você deve melhorar ou desenvolver
Mudar de profissão também significa entender o que a nova carreira demanda em termos de “soft skills”. As competências comportamentais estão cada vez mais valorizadas pelo mercado, e como sabemos, por mais que muitas delas sejam mais universais, cada área e profissão precisa de habilidades emocionais diferentes.
Não deixe de pesquisar as características buscadas nos profissionais dessa nova área, conversar com outras pessoas e também avaliar vagas de emprego disponíveis. Elas poderão te indicar um caminho por meio dos pré-requisitos e outros detalhes, como a importância da comunicação e facilidade em trabalhar sob pressão.
8 – Comece a frequentar eventos e conhecer pessoas da nova área
Diversas vivências, como eventos, palestras e fóruns sobre a futura nova profissão, representam oportunidades de ouro para dar um passo além na transição de carreira.
Esses momentos vão te ambientar na área e também aumentar as chances de conhecer profissionais novos. Aqui você amplia a construção de um novo networking, com relacionamentos genuínos e trocas ricas que podem, sim, te ajudar na recolocação no mercado.
9 – Aplique a vagas de emprego
Chegou a hora de mostrar todo o seu trabalho e participar de processos seletivos. Use sites de vagas de emprego, o próprio LinkedIn e também grupos e fóruns de redes sociais para encontrar posições, envie seu currículo e se prepare para as próximas etapas.
É importante lembrar de sempre enviar CVs adaptados para cada vaga e não mentir durante as entrevistas. Seja claro sobre sua trajetória para mudar de área, explique seus motivos e destaque tudo o que já fez para se inserir no mercado. Mentir não vai te ajudar nesse momento, e pode deixar uma marca negativa na sua reputação.
No mais, tenha clareza sobre o tempo que esse processo pode durar. Se recolocar no mercado como profissional júnior talvez signifique “começar do zero”, então é necessário ter paciência e não desistir. Uma hora a aprovação vai bater na sua porta.
10 – Saiba que sua posição hierárquica pode mudar – para baixo
Por fim, também é fundamental criar expectativas alinhadas com a realidade. Se você é um profissional sênior fazendo uma grande mudança de carreira, você poderá ter que voltar algumas casas em termos de nível hierárquico. Pode ser que você se recoloque como júnior, o que vai impactar seu salário e também as experiências de emprego. Sabemos que isso parece desafiador, mas faz parte do processo e é uma excelente chance de aprendizado, que aos poucos te levará a posições mais altas.
