Cometer erros no trabalho é algo que todos nós estamos propensos a passar pelo menos uma vez na nossa carreira, mas este é um dos principais medos dos profissionais no mercado de trabalho.
Segundo uma pesquisa da Pulses, plataforma de soluções de clima organizacional, 54% dos profissionais entrevistados acreditam que sofrerão represálias se cometerem algum erro ao desenvolverem suas atividades.
E esse medo aumenta conforme o tempo de experiência na empresa. 91% dos entrevistados que estão a mais de 15 anos na mesma organização creem que serão punidos após cometerem algum equívoco.
Mas de onde surgiu esse medo e como as posições de liderança podem combatê-lo?
Por que temos medo de errar?
Esse medo surge, principalmente, porque ainda temos gravado na memória a imagem do “chefe mau”, que não admite erros, é extremamente exigente nas suas cobranças e punitivista com quem não age conforme ele espera.
Isso era muito comum, principalmente, quando a Revolução Industrial começou e deu início à modernização da indústria, que ao longo dos anos originou nosso atual mercado de trabalho, interligado globalmente e funcionando em ritmo de produção contínua.
Como naquela época as matérias primas eram bem mais caras, qualquer erro que ocasionasse a perda da produção ou danificasse o maquinário poderia significar um prejuízo enorme para a fábrica e, por isso, os empregadores eram extremamente exigentes e até mesmo desumanos com seus funcionários.
O tempo passou, as indústrias se modernizaram, leis trabalhistas foram criadas para proteger as diversas classes de trabalho que surgiram, mas alguns costumes e formas de comandar um time se perpetuaram e persistem até hoje.
Além de aumentar os riscos de erro criando um ambiente de constante tensão para os colaboradores, este tipo de comportamento de líder já está ultrapassado, é desrespeitoso e impede a criação de um bom relacionamento entre a empresa e o corpo de funcionários.
É este tipo de comportamento que cria profissionais inseguros, que, muitas vezes, evitam sugerir novas ideias ou inovar por medo de ser repreendido por “não fazer o que é correto”.
Cometer erros no trabalho é parte do crescimento
Pode parecer uma frase batida, mas só erra quem tenta. Inovar e buscar novas soluções é uma prática muito recomendável no mercado de trabalho, que sempre busca ideias criativas para facilitar a vida dos seus clientes e consumidores.
O líder precisa ter isso em mente na hora de lidar com a sua equipe, para que nenhum colaborador se sinta impedido de propor novas soluções por medo de errar.
Como papel de liderança, cabe ao profissional explicar essa linha de pensamento de que o erro faz parte do aprendizado e estimular no time esse espírito criativo.
Errar também proporciona uma evolução profissional. Quando alguém comete um erro e reflete sobre ele, consegue identificar pontos nos quais precisa melhorar e também como ele poderia ter feito diferente, para não repetir o equívoco numa próxima oportunidade.
Com a maturidade e o apoio necessário, é possível enxergar cada erro como uma lição, uma oportunidade de evolução. Profissionais que estão evoluindo constantemente ficam mais preparados para encarar os desafios do mercado de trabalho, sempre se destacando dentre os concorrentes.
Importância da liderança empática
É na hora de dar suporte a um profissional que cometeu um erro que a liderança empática faz toda a diferença.
Um líder empático é aquele que conquista a confiança do seu time dando voz a cada integrante do grupo, se solidarizando com as dificuldades de cada um e oferecendo apoio para que eles consigam desempenhar todo o seu potencial.
O momento de maior fragilidade de um profissional é quando ele comete um erro. É nessa hora que o líder precisa dar suporte, para impedir que ele fique desmotivado ou desacelere seu ritmo de produção, já esperando a advertência e até uma possível demissão.
O líder precisa agir com empatia e chamar o colaborador para conversar em particular. Deve manter sempre a fala calma, ouvir mais do que falar e tentar entender o que levou o profissional ao erro.
Uma boa dica é perguntar se o profissional poderia dar uma sugestão de como contornar aquele erro e se ele saberia dizer de que forma ele poderá agir diferente na próxima vez.
Nunca em tom de cobrança, como se o profissional fosse obrigado a responder estas questões, mas demonstrando que você quer ajudar, dizendo que erros acontecem mas que a equipe vai resolver esta questão em conjunto, e que é importante ele refletir sobre o equívoco não de modo autopunitivo, mas como um ponto a melhorar na sua performance.
Essa atitude, quando vem da liderança, aumenta a confiança do time inteiro no líder, pois sabem que podem contar com o apoio dele em todos os momentos e todos têm a certeza de que serão ouvidos e amparados quando for necessário. É por isso que a liderança empática é fundamental nesses momentos.