Gostaria de me candidatar à vaga ou a vaga: qual o certo?

O correto é: “gostaria de me candidatar à vaga ou a vaga”?

Ah, a crase! 

Uma complicação para boa parte dos falantes da língua portuguesa, esse acento acaba confundindo até quem se diz versado no idioma nacional. 

Apesar de possuir regras objetivas e bastante sucintas, a crase costuma ser um desafio para indivíduos de todas as idades, principalmente devido ao seu mau uso e à banalização de expressões escritas corretamente.

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Afinal, que nunca se deparou com um “à partir de…” ou “sujeito à guincho!” por aí? 

Agora, se você se acha bom nas regras gramaticais e tem certeza que acerta sempre no uso da crase, deve saber a resposta correta à pergunta que segue: o certo é “gostaria de me candidatar à vaga” ou “a vaga”?

Confira agora o que é a crase, como usá-la corretamente, em quais ocasiões ela não deve ser utilizada e quando seu uso é facultativo!

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O que é a crase?

Antes de respondermos se o correto é “gostaria de me candidatar à vaga” ou “a vaga”, é essencial definirmos exatamente o que é a crase.

De maneira simplificada, a crase nada mais é do que a união de duas vogais “a”, uma na forma do artigo “a” e a outra na forma da preposição “a”. 

Exemplo: 

“Vou à casa da minha avó.”

Na frase acima, a crase é a união da preposição conectiva “a” com o artigo “a” relativo à casa.

Ou seja: “vou a (preposição) + a (artigo) casa da minha avó.”

Quando utilizar a crase?

Já descobriu se a resposta correta é “gostaria de me candidatar à vaga” ou “a vaga”?

Se não, confira agora quando é necessário utilizar a crase!

Em linhas gerais, há duas ocasiões na qual o uso da crase é obrigatório:

– Quando ocorre a fusão de uma preposição com um artigo definido feminino (duas vogais “a”);

– Quando existem tradições linguísticas e usos de expressões circunstanciais.

No caso de ocorrer uma fusão entre uma preposição conectiva e um artigo definido feminino, SEMPRE haverá crase.

Alguns exemplos incluem:

  • Vou à praia;
  • Obedeço às leis de trânsito;
  • Refiro-me àquelas pessoas;
  • Sou favorável à medida constitucional.

Ou seja:

  • Vou a (preposição) + a (artigo) praia;
  • Obedeço a (preposição) + as (artigo) leis de trânsito;
  • Refiro-me a (preposição) + aquelas (artigo) pessoas;
  • Sou favorável a (preposição) + a (artigo) medida constitucional.

Em relação às tradições linguísticas, o uso de crase será obrigatório de acordo com algumas expressões circunstanciais femininas, de acordo com as convenções da língua portuguesa, como:

  • À noite;
  • Às vezes;
  • Às vésperas;
  • À espera;
  • À procura;
  • À beira;
  • À tarde.

Além disso, a crase é utilizada nas indicações de horas – exceto se o artigo definido feminino suceder as preposições “até”, “desde”, “após”, “entre” e “para” – e em estruturas que indiquem o sentido de “moda de” e “maneira de”.

Alguns exemplos incluem:

  • Ele saiu às três;
  • Ela viajou à noite;
  • Às vezes, consigo realizar minhas tarefas logo após a aula;
  • Optamos por um restaurante que servisse pratos à la carte.

O uso facultativo da crase, no entanto, aparece em três ocasiões:

  • Antes de nomes próprios femininos: “Obedeça a Ana” ou “obedeça à Ana”;
  • Depois da preposição até: “Vamos até a faculdade de carro?” ou “vamos até à faculdade de carro?”;
  • Antes de pronomes possessivos: “Eles vão a minha casa” ou “eles vão à minha casa”.

Leia também: Veja os 10 erros de português mais comuns e como evitá-los

Quando não utilizar a crase?

A crase não deve ser utilizada em algumas situações específicas, como:

  • Antes de substantivos masculinos: “Prefiro andar a pé”;
  • Antes de pronomes indefinidos: “Ela se dirigiu a mim na aula”;
  • Antes de verbos: “A blusa custa a partir de R$ 100,00”;
  • Antes de artigos indefinidos: “Estou me dedicando a um instrumento musical”;
  • Antes de palavras que se repetem: “Meu dia a dia é muito corrido”;
  • Antes de numerais (com exceção das horas): “Moro a 50 metros da praia”;
  • Antes de palavras femininas no plural com preposição no singular: “Gosto de ir a festas”.

Caso haja dúvidas em relação à existência ou não de crase, uma boa ideia é substituir o artigo feminino pelo masculino.

Se o artigo se juntar à proposição e virar “ao”, a frase original tem crase!

Por exemplo: “Eu sempre vou à mercearia durante as manhãs” se torna “eu sempre vou ao mercado durante as manhãs” ao substituirmos a palavra por uma expressão masculina, certificando o uso da crase na frase inicial.

Afinal, é “gostaria de me candidatar à vaga ou a vaga”?

A esta altura do campeonato, você já deve ter entendido que o correto, na frase “gostaria de me candidatar à vaga” ou “a vaga” é a primeira opção, não é mesmo?

Afinal, na oração acima, a crase surge a partir da união da preposição conectiva “a” (“[…] me candidatar a…”) com o artigo “a” (“[…] a vaga”).

Caso você ainda tenha dúvidas em relação à crase, invista em uma pós-graduação e nunca mais erre na utilização deste acento tão importante!

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