Você sabe o que é microgerenciamento? Neste texto, vamos falar sobre essa prática de alguns líderes e gestores, e as consequências negativas que gera na equipe, impedindo que os colaboradores evoluam e minando sua confiança.
Ser um líder não é uma tarefa fácil, e existem muitas atribuições para administrar no dia a dia, além de gerenciar uma equipe e o trabalho de cada. Com tanta coisa para dar conta, alguns gestores acabam desenvolvendo um perfil muito detalhista, controlando excessivamente as atribuições de cada um. Com isso, podem gerar conflito e desmotivar as pessoas na realização de suas tarefas.
Talvez você já tenha tido um líder assim, ou ainda seja uma dessas pessoas. Em geral, esses profissionais não depositam confiança na equipe, e acabam por querer ditar o ritmo de cada um, ou ainda absorver tarefas que não são suas, pois acham que farão melhor.
Isso significa microgerenciar, e tem um impacto negativo nas equipes e até no clima organizacional. Um dos papéis de um bom gestor é ter uma visão macro das atividades, com foco nas estratégias da empresa. Com isso, cabe a ele delegar a equipe as tarefas de cada um, de acordo com suas habilidades e conhecimento.
É preciso dar autonomia para que cada um desenvolva seu trabalho, e microgerenciadores dificilmente fazem isso. Além de cobranças constantes, esse perfil costuma fazer reuniões excessivas, pedir relatórios regularmente, exigir ser copiado em todos os e-mails e se envolver no andamento dos processos.
Ao invés de ajudar, esse comportamento atrapalha, causando retrabalho, falhas na comunicação, queda na produtividade e, principalmente, afeta a confiança da equipe. Um funcionário sem autonomia, que é constantemente questionado, repreendido e cobrado vai acabar se sentindo incapaz de realizar até as tarefas mais simples.
Com o tempo, ele não sentirá mais que pode contribuir, deixará de dar sugestões de melhoria e exercer sua criatividade e pode até diminuir seu rendimento de forma geral. É claro que os gestores querem ter o melhor resultado, e essa atitude é uma forma de evitar erros no processo, mas o resultado final é pior e a equipe, por mais qualificada que seja, não vai mais produzir da forma esperada.
Confira algumas atitudes que podem indicar microgerenciamento:
- Exige aprovação para cada etapa dos processos, por menor que seja;
- Interfere na atividade da equipe, muitas vezes passando por cima do que os outros estão produzindo;
- Exige ser copiado em todos os e-mails, e se intromete nas conversas, mesmo quando não há necessidade ou não foi solicitado;
- Não consegue reconhecer o trabalho realizado pelas outras pessoas, e sente que só ele faz as coisas direito.
Como lidar com microgerenciamento?
Um bom líder tem que oferecer liberdade para que os colaboradores sejam criativos. Além disso, eles devem se sentir seguros para compartilhar ideias que podem resultar em melhorias para a equipe e para a organização.
Porém, muitas vezes, os profissionais que agem dessa forma estão lidando com hesitações em sua própria posição. Assumir o trabalho dos outros, que pode ser mais operacional, ou que já realizou e conhece bem, o impede de dar atenção aos aspectos que ele realmente precisa lidar: a liderança de sua equipe.
Com isso, ele afeta também a si mesmo, pois a consequência desse microgerenciamento é o acúmulo de tarefas. Incapaz de oferecer autonomia, ele ficará sobrecarregado e, assim como o resto do time, perderá seu rendimento e sua motivação.
Como evitar o microgerenciamento?
Em geral, trata-se de confiança. Os gestores precisam abrir espaço para a equipe produzir com liberdade, e descobrir formas de administrar as tarefas sem dificultar o dia a dia das pessoas, mas sim, ajudando-os a alcançar os melhores resultados. Para isso, selecionamos 4 dicas para evitar o microgerenciamento:
1 – Saiba delegar
Ao invés de ficar com medo dos erros ou atrasos, seja claro em relação às expectativas para a realização de determinada tarefa, e aprenda a confiar na equipe. Um líder tem outras atribuições, portanto precisa saber delegar as atividades.
2 – Ouça as pessoas
Para criar uma relação de confiança, é necessário ter proximidade. Portanto, converse com os membros da equipe, entenda as motivações e dificuldades de cada um e estimule uma convivência sadia no ambiente.
3 – Ajude
Evite fazer o trabalho das pessoas, mas esteja disponível para ajudar e tirar dúvidas. Se chegou a um cargo de liderança, é porque tem conhecimento das atividades, e um perfil voltado à solução de problemas e desenvolvimento de estratégias. Nesse caso, é importante que a equipe saiba que pode contar com você para ajudar quando tiver uma dificuldade, ou ainda para desenvolver novas atividades.
4 – Ofereça feedbacks
Para fortalecer a relação com as pessoas, criar confiança na equipe e garantir que eles atendam suas expectativas, busque ter conversas individuais em que ofereça feedbacks construtivos. Assim, os colaboradores vão entender de forma clara o que você espera e poderão melhorar e se aperfeiçoar.
Agora que você já sabe o que é microgerenciamento, atente-se a essas características e busque formas de sair desse padrão, caso o reconheça. Isso trará resultados positivos para a equipe e vai gerar um trabalho mais eficiente.