Como migrar da posição técnica em tecnologia para assumir cargo de liderança?

Na área de tecnologia, é muito comum que os profissionais ocupem cargos técnicos, que não envolvam liderança. Era o caso de Volnei Granado Munhoz, Head de Tecnologia da Platos. “Toda minha formação e capacitação sempre foi voltada para que eu ocupasse uma posição mais técnica no mercado de trabalho, então sempre vislumbrei ocupar uma cadeira de arquiteto ou engenheiro de software”, diz. 

Com mais de 20 anos de experiência na área, Volnei é formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Unopar e possui MBA em Gestão de Projetos. Em agosto de 2017, recebeu uma proposta para ocupar a posição de liderança que ocupa atualmente na empresa e conta que, desde então, passa por um aprendizado diário. 

“Aceitei esse desafio porque, na época, era uma oportunidade de crescimento. Há 10 anos, pouco ou quase nada se falava sobre carreira em Y então, para que você conseguisse progredir na carreira de tecnologia, você tinha que, obrigatoriamente, ocupar uma cadeira de gestão”, destaca o profissional, que lidera 25 pessoas.

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Aqui, vale ressaltar que, apesar de estar como líder, os conhecimentos técnicos continuam importantes. “A partir do momento que você deixa de se atualizar, você perde a habilidade de liderar um time, de direcionar e ajudar a buscar os melhores caminhos e, com o tempo, perde também a admiração da equipe”, destaca.

Nesse processo, é fundamental contar com o apoio da empresa. “Feedbacks e investimento na capacitação também auxiliam e facilitam muito e devem ser contínuos. Muito se fala sobre a necessidade dos profissionais de tecnologia em estarem sempre atualizados, mas acredito que isso não seja uma necessidade exclusiva de uma área, mas de todas”, pontua.

E se você também deseja assumir o posto de liderança, Volnei dá dicas: “Aceite o erro e aprenda com ele. Transições normalmente ocorrem em um momento da carreira em que você já está menos receptivo a erros, mas entenda que esse é um novo começo. Não tente queimar etapas.”

Para aprender como liderar, busque referências. “Sempre há alguém que você admira pela capacidade de liderança – seja no seu local de trabalho ou nas redes sociais. Essas pessoas costumam ser a melhor escola para um líder. Lidere pelo exemplo. Seu time vai tê-lo como uma referência e vão aprender com você; Por isso, seja aquilo que você espera dele”, ensina.

Aprendizados na carreira até chegar ao cargo de liderança

“Liderança não é uma ciência exata. Você nunca saberá o suficiente para não precisar aprender mais”, expõe Volnei. Durante a preparação, é preciso ter um contato humanizado com os liderados e saber se aproximar. “Às vezes, é preciso deixar o crachá na mesa. Você não está lidando mais com máquinas, mas com pessoas”, completa.

O profissional ressalta que é preciso entender que cada pessoa tem suas motivações. Segundo ele, isso ajuda a buscar sempre o melhor para o time e extrair o melhor de cada um. “Sua função como líder é formar times capazes de entregar projetos. Portanto, outra importante lição é que delegar atividades gera mais valor do que executá-las por conta própria, especialmente para líderes em transição de carreira”, diz.

Manter a equipe engajada é uma das tarefas da liderança e, para isso, é preciso desafiá-la. “Uma das coisas que mais ouço quando converso com desenvolvedores desmotivados é a falta de desafio. Independentemente da senioridade, eles são movidos por desafios, então encontre atividades estimulantes compatíveis com seu time que estejam ligadas ao propósito do negócio”, pontua.

A área de tecnologia é conhecida por oferecer altos salários, mas isso não é tudo que importa. “Reconhecimento financeiro é importante, mas não é o principal. A satisfação e o engajamento da equipe vão muito além da remuneração. Conversas, feedbacks e direcionamento para evolução na carreira em conjunto com um ambiente de trabalho saudável e com perspectivas de crescimento quase sempre são mais atrativos”, diz.

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Dicas para quem está começando na área

Super em alta, a carreira de tecnologia é hoje uma das mais demandadas do mercado, porém as exigências são igualmente altas. “Aprenda sobre tudo, mas especialize-se. Cada vez mais o mercado busca especialistas, sejam arquitetos, desenvolvedores front-end, back-end, segurança, DevOps, etc.”, destaca.

Volnei ressalta a importância de entender que a tecnologia é um meio e não um fim. Com isso em mente, a dica é não se apegar a um tipo de tecnologia ou linguagem, mas, antes de tudo, buscar uma solução para um problema real e, depois, então, procurar a que será melhor para implementar e, assim, colher os resultados desejados. 

Em relação à remuneração, que varia de acordo com a vaga, o importante é não queimar etapas. “Condições sedutoras precisam ser analisadas com cautela. A constante troca de empresas não promove crescimento real. Busque um ambiente saudável, com uma remuneração justa e mire o longo prazo, com crescimento vertical. Um salário maior traz uma satisfação momentânea, mas o propósito é permanente”, ensina.

Conhecimentos necessários para trabalhar com tecnologia

A área é composta por diversas funções e, por isso, cada uma exige certos conhecimentos técnicos. No caso de pessoas desenvolvedoras, a principal habilidade, segundo Volnei, é a de buscar soluções tecnológicas para problemas reais. “Sem isso, a tecnologia perde o sentido e torna-se uma barreira e não uma facilitadora”, pontua. 

Outra habilidade importante é a capacidade de empreender. No caso, isso não significa criar uma startup ou empresa, mas pensar em soluções criativas, identificar oportunidades e gerar valor sempre. “A razão da tecnologia existir é tornar a vida das pessoas melhor. Tenha em mente que a solução será usada por humanos e não por máquinas”, destaca. 

No livro “Encantamento”, de Guy Kawasaky, há muitas dicas e histórias de como você pode desenvolver a arte de encantar seus usuários. Outras indicações incluem: “Aperte F5”, de Satya Nadella,  e “Hiperfoco”, de Chris Bailey. ambos da da editora Benvirá, e “Criatividade S.A.”, de Ed Catmull, da editora Rocco.

Para se manter atualizado diante das novidades tecnológicas, Volnei dedica parte do seu tempo navegando por redes profissionais, participando de grupos de discussão e trocando informações com colegas que atuam na área. “Busque conteúdos de qualidade e de fontes confiáveis”, recomenda. 

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