Quando se fala sobre o futuro das organizações, um dos assuntos de destaque é a cultura centrada nas pessoas. Esse processo tem sido visto como um dos pilares das organizações com visão de futuro, que buscam incentivar o desenvolvimento interno, visto que seu sucesso depende do sucesso de suas equipes.
Segundo o Relatório de aprendizagem no local de trabalho 2023 do LinkedIn, 83% das organizações consultadas pela rede desejam construir uma cultura mais centrada nas pessoas.
Para o LinkedIn, a cultura centrada nas pessoas reconhece que o sucesso organizacional depende do sucesso das pessoas. E esta verdade simples orienta o design das experiências dos funcionários, desde a entrada até a saída, com as necessidades humanas no centro.
O que é cultura centrada nas pessoas?
Como o nome já indica, esse modelo coloca os colaboradores como peça central no desenvolvimento da organização, visto que quando as pessoas estão mais engajadas a produtividade aumenta e, consequentemente, os resultados obtidos.
Esse modelo de gestão, então, planeja suas estratégias sempre tendo as pessoas como ponto central, entendo que elas são mais importantes que os processos. Assim, ao invés de ser apenas um instrumento para chegar onde a empresa almeja, o colaborador passa a ser visto como os protagonistas, sem os quais não se chega a lugar nenhum.
O conceito por trás da cultura centrada em pessoas está alinhado com o RH 5.0, que oferece novas perspectivas para o segmento, muitas delas alinhadas com as transformações na forma de trabalho aceleradas nos últimos anos.
O 5.0 é baseado em novas demandas da força de trabalho, e foca em aspectos como bem-estar, saúde física e mental, além de desenvolvimento profissional. A premissa é simples: como eu faço com que meu colaborador se sinta bem e trabalhe melhor?
Ao oferecer uma boa estrutura, onde as pessoas se sentem reconhecidas, ampliam seu senso de pertencimento e trabalham em um ambiente acolhedor, elas se sentirão mais felizes, e dispostas a encarar desafios.
E isso se dá justamente ao observar o oposto: nos últimos anos, houve um exponencial aumento em casos de burnout, levando a demissões, afastamento e outras características que reduzem a produtividade e faz com que o quadro de trabalho fique desfalcado.
E isso não é apenas uma suposição, já que há estudos que apontam dados concretos relacionados a fornecer uma experiência positiva para as pessoas.
Um estudo feito em parceria pela consultoria Workhuman com a IBM encontrou ganhos financeiros em empresas com uma cultura centrada em pessoas. Além de perceber a relação entre esse modelo de gestão e alta performance, a pesquisa descobriu que empresas com esses valores apresentam o dobro do retorno em relação às vendas e quase três vezes o retorno sobre ativos.
Como criar uma cultura centrada em pessoas?
O principal objetivo de quem busca esse modelo de gestão é fornecer um ambiente mais saudável, ampliando o sentimento de colaboração e permitindo o desenvolvimento de todos. “As organizações com visão de futuro precisam criar ambientes que abracem e liberem o potencial de todo o funcionário”, explicou Linda Jingfang Cai, Chefe Global de Aprendizagem e Desenvolvimento de Talentos do LinkedIn, no relatório da rede.
Ainda de acordo com o relatório, dos 83% que buscam uma cultura centrada em pessoas, 81% conta com o apoio da área de T&D, ou seja, Treinamento e Desenvolvimento. Veja a seguir como, então, desenvolver esse perfil dentro da organização:
Analise o clima organizacional
Avaliar o ambiente é o primeiro passo para entender como todos se sentem e o que fazer para propiciar um clima adequado, que incentive a criatividade e o trabalho em equipe. E isso pode ser tão simples quanto realizar uma pesquisa e deixar que as pessoas digam como se sentem.
Claro que, para que isso gere resultados, a empresa precisa estar disposta a fazer essa autoanálise e, se for necessário, implementar mudanças que melhorem o clima. A partir daí, o RH pode desenvolver questões distintas com base nos principais objetivos da pesquisa, que pode ser avaliar a satisfação com benefícios, a relação com líderes, a busca por feedbacks, etc.
Aposte em desenvolvimento
Como vimos, o treinamento e aprimoramento das pessoas têm papel central no processo de criação de uma cultura centrada em pessoas. Capacitar os colaboradores permite que eles fiquem cada vez mais alinhados com os aspectos culturais e objetivos da organização, mas também amplia seu nível de conhecimento.
Assim, é mais fácil que ele aplique as informações aprendidas no seu dia a dia, criando um ambiente com mais probabilidade de inovação. Não só isso, também é uma oportunidade de fortalecer o recrutamento interno e encontrar pessoas adequadas para ocupar cargos de liderança.
Valorize a individualidade
É mais difícil observar um por um em grandes empresas, mas mesmo multinacionais sabem que ninguém é igual, mas os pontos fortes de cada indivíduo podem ser aprimorados da melhor forma. Neste caso, a organização precisa treinar suas lideranças e incentivá-las a ter uma relação mais próxima com suas equipes, observando a performance de cada um e se disponibilizando para ajudá-los.
A partir disso, é mais fácil observar o que precisa ser aprimorado e como aplicar as competências de cada um da melhor forma. Isso implica, também, em saber ouvir e ter empatia com as pessoas, entendendo que aspectos relacionados a sua vida pessoal ou outros temas também têm impacto na sua produtividade.
Apostar em uma cultura centrada nas pessoas exige esforço e, em muitos casos, mudanças estruturais na organização. Mas, a longo prazo, oferecerá um crescimento sustentável, equipes melhor treinadas e profissionais aptos para enfrentar mudanças no mercado de trabalho.