Escritora, jornalista e diplomata brasileira, Clarice Lispector é um dos nomes femininos mais importantes da literatura brasileira. Com uma carreira de impacto, mais do que escritora, também era uma grande leitora, pois gostava de trazer influências diversificadas em suas publicações.
Incluída na terceira geração de romancistas do século XX, Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, em 10 de dezembro de 1920, mas chegou ao Brasil ainda criança, com dois anos. Depois, ainda jovem, foi nacionalizada como brasileira. Morou em Recife e no Rio de Janeiro, mas, por viver em contato com a origem ucraniana, tinha um jeito peculiar de falar.
Estudou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas sua paixão estava na literatura. Trabalhou no ramo do Jornalismo e da Literatura Infantil. Vista como uma das principais influências para alguns escritores brasileiros, Clarice faleceu em 1977, aos 56 anos. Seus livros, hoje, são conhecidos mundialmente. Ao todo, foram mais de 200 traduções para mais de 10 idiomas, entre contos, crônicas e romances.
A Hora da Estrela, seu último livro escrito em 1977, é um dos mais conhecidos: protagonizado por uma personagem nordestina, Macabéa, que migra para o Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor. O romance também foi adaptado para o cinema por Suzana Amaral, em 1985.
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Outras de suas obras mais conhecidas são: Perto do Coração Selvagem (1943), Laços de Família (1960), A Paixão Segundo G.H. (1964), Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969), Felicidade Clandestina (1971), Água Viva (1973), A Via Crucis do Corpo(1974) e A Vida Íntima de Laura (1974).
O estilo das obras de Clarice Lispector
O estilo de escrita de Clarice Lispector é único. Há algumas características bem evidentes e próprias que remetem ao seu legado literário. Elas se destacam tanto no período em que suas obras foram escritas quanto na sociedade atual. Hoje, seu trabalho é reconhecido em vestibulares, concursos e exposições. É muito difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar em seu nome ou tenha lido alguma de suas frases marcantes.
Narrativa introspectiva e intimista
Suas obras trabalham tanto com narradores personagens quanto com narradores observadores. Seus livros contemporâneos são marcados por uma narrativa introspectiva e intimista, que traz, na maioria das vezes, relatos cotidianos. São textos com um caráter mais íntimo, que exploram os sentimentos e o psicológico das personagens.
Fluxo de consciência
Junto com o contexto das obras íntimas, Clarice explorou em suas obras narrativas compostas por fluxo de consciência. Ou seja, de fato, ela desenvolvia histórias baseadas na profundidade mental dos personagens e no tempo cronológico de cada um.
Ruptura com enredo factual
Com enredos fluidos, ela rompia o tradicionalismo da época em construir narrativas lineares com início, meio e fim, para priorizar o mergulho e interioridade de uma narrativa. Palavras e histórias que eram compostas por uma essência verdadeira.
Enredos com epifania
Clarice também trabalhava em um estilo literário com uma espécie de revelação na história dos personagens. Sempre buscava transformar algo que seria rotineiro na história em fatos inesperados e surpreendentes. A subjetividade na formação dos personagens também aparecia fluidamente em suas obras.
Linguagem inovadora
Se compararmos suas obras com outras da época, uma característica fica em evidência: sua narrativa foge do tradicional. Clarice apostava em uma linguagem diferente, que trazia mais sobre a interioridade, autenticidade e que representava o sujeito fragmentado em suas obras. Mesmo estando no movimento romancista, suas obras traziam uma nova visão de mundo. Trazer a interioridade que outros escritores na época não exploravam foi, de fato, algo inovador em sua escrita no século XX, fazendo que suas obras e sua carreira sejam lembradas para sempre.
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