Em 2015, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) criaram a campanha Setembro Amarelo, que visa à prevenção ao suicício, no Brasil. Com o passar do tempo, essa ação tem sido cada vez mais importante, pois é algo que impacta a saúde pública e que pode ser evitado.
Para entender melhor isso e quais os sintomas que levam a esse comportamento, continue lendo este artigo. Ele pode te ajudar ou ajudar alguém que você conheça.
Qual o significado do Setembro Amarelo?
Em 2003, a OMS escolheu o dia 10 de setembro para falar sobre a questão do suicídio no mundo. Isso aconteceu porque eles entenderam a necessidade de abordar o tema sem tabu, mas passando informação e conscientizando a população.
Mas, foi só em 2015 que a ABP, o CFM e CVV criaram o Setembro Amarelo com o objetivo de conscientizar e abordar formas de prevenção ao suicídio. Dentro dessa ação, as organizações disponibilizam materiais de apoio para entender melhor o assunto e a relação com a saúde mental.
Um dos pontos principais da campanha é que o assunto seja trabalhado em diversos lugares, mas principalmente em empresas, visto que o dia a dia no trabalho afeta diretamente o psicológico dos trabalhadores.
Essa campanha tem sido cada vez mais relevante e envolve pessoas, entidades, órgãos de saúde, empresas e muitos outros. O foco é orientar e falar sobre o cuidado com a saúde mental das pessoas, independentemente de classe social e faixa etária. A ideia é que tendo conversas e orientação seja possível prevenir novos casos de suicídio.
Muito além de pensar somente somente no seu estado mental, é ter um olhar mais carinhoso para a vida, um cuidado com o outro, suas dificuldades e conflitos que, na maioria das vezes, você tem que lidar sozinho. A principal mensagem desta campanha é que todos entendam que não estão sozinhos e que existe uma rede de apoio sempre disponível.
Entenda a importância do Setembro Amarelo
De acordo com a OMS, o suicídio é uma das principais causas de mortalidade, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Os dados ainda revelam que a cada ano cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida, mas entre eles têm as pessoas que tentam tirar a própria vida e não conseguem.
Só o Brasil, diariamente, tem cerca de 32 mortes por – e esse é um grande problema de saúde pública. Muitos são os motivos que levam alguém a esse pensamento, desde a cobrança da sociedade até a insegurança e o fracasso. Mas, a maioria das causas de suicídio está relacionada com a depressão, ansiedade e esquizofrenia.
Mesmo com a campanha e tendo um dia mundial para a prevenção, o suicídio ainda é tratado como tabu. Se não fosse isso, segundo a OMS, 90% dos casos poderiam ser prevenidos só por ter alguém para conversar, alertar e tentar reverter a situação que a pessoa se encontra. Além, claro, de ter o acompanhamento de um profissional.
Por isso, ter a campanha de Setembro Amarelo é necessário, pois as pessoas precisam entender a gravidade dessa situação e se informar sobre o assunto, pois, caso seja necessário, saberá como agir.
Quais causas e sinais levam a pessoa a esse comportamento?
A conversa é a melhor opção, mas a maioria das pessoas que estão nessa situação não costuma compartilhar o que sente devido ao tabu que gira em torno do assunto. Mas, é possível identificar alguns sinais que podem ajudar nesses casos, são eles:
- Falta de interesse por coisas que gostava anteriormente;
- Nos últimos tempos, ela apresentou comportamento retraído, com dificuldades de se relacionar com amigos e familiares;
- Fica remoendo pensamentos de forma obsessiva e não consegue parar de jeito nenhum;
- Apresenta alterações extremas de humor, por exemplo, excesso de raiva, vingança, ansiedade, irritabilidade, pessimismo, sentimentos intensos de culpa ou vergonha;
- Fala sobre morte ou suicídio pensando em como doar pertences, escrever cartas de despedidas, finalizar afazeres pessoais e profissionais com prazos determinados por ele mesmo.
Como ajudar na prevenção ao suicídio?
É preciso saber identificar os sinais de alerta que uma pessoa está passando e conversar para entender o que levou ela até essa situação. Mas, como já falamos ao longo deste texto, ainda existe um tabu e receio em falar sobre o tema e, por isso, é importante deixar que a pessoa fale, sem que você julgue ou emita opiniões sobre o assunto, apenas ouça deixando bem claro que o seu objetivo é ajudar e não julgar.
Outro ponto que merece atenção é não medir a dor dos outros pelas nossas experiências pessoais, pois é necessário entender que o que não nos afeta pode causar dor e sofrimento no outro. Durante a conversa, tente incentivar a pessoa a procurar a ajuda de um profissional ou até do CVV, que tem apoio emocional e prevenção ao suicídio 24 horas todos os dias — esse é um trabalho voluntário e gratuito para todas as pessoas que querem e precisam conversar.
Também é importante que a família tenha conhecimento da situação para ajudar nesse processo de acolhida, pois manter a saúde mental em dia é um desafio para essas pessoas. Por isso, o objetivo do Setembro Amarelo é que essas pessoas entendam que não estão sozinhas e possuem uma rede de apoio – e que a sociedade quebre esse preconceito em torno do assunto.