O que é acessibilidade digital e como aplicar nas empresas?

Diversidade e inclusão são temas que têm ganhado destaque nas empresas modernas, que reúnem times com foco em buscar soluções e pessoas que ofereçam uma perspectiva mais ampla do negócio, e reflitam melhor a sociedade em que vivemos. Porém, para promover um ambiente realmente diverso, as empresas precisam se atentar às mudanças estruturais que isso necessita, incluindo a acessibilidade digital

Esse conceito é importante ao olhar para dentro, na participação dos colaboradores, mas também para fora, entendendo que o que é produzido deve também ser acessado por todas as pessoas, inclusive quem possui algum tipo de deficiência. 

Para exemplificar de forma prática, se uma marca faz vídeos no Youtube, como um surdo vai compreender? Disponibilizar uma comunicação em Libras, ou ao menos legendas, vai ser primordial para que esse público acesse o material. 

Ou seja, o propósito da acessibilidade digital é eliminar barreiras na web, permitindo que todas as pessoas possam perceber, compreender e navegar em uma plataforma on-line. 

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A importância da acessibilidade digital

Entrar em um site é algo que parece corriqueiro, e a maioria das pessoas que utilizam a internet o faz diariamente. Mas, o que é uma tarefa cotidiana para uns, se torna inacessível para outros. 

Uma pesquisa feita pela BigDataCorp em parceria com o Movimento Web para Todos identificou que, em 2021, 0,89% dos sites brasileiros passaram por 100% dos testes de acessibilidade feitos. A avaliação foi feita com 16,89 milhões de portais ativos no país. O número, que não chega nem a 1%, ainda é maior que o do ano anterior, em que a taxa ficou em 0,74%. 

O crescimento, ainda que discreto, representa um avanço no esforço de tornar a web mais inclusiva, mas ainda há um caminho muito longo pela frente. 

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010, cerca de 45 milhões de pessoas vivem no país com algum tipo de deficiência, o que representa 23,9% da população. É uma porcentagem importante de pessoas que é privada do acesso à informação, conhecimento e comunicação. 

Na pesquisa do Movimento Web Para Todos, 71,98% dos sites não oferecem o recurso de descrição de imagem, adequado para quem tem deficiência visual. Somente essa barreira, uma das mais fáceis de serem eliminadas, impede que uma população de mais de 6 milhões de pessoas acesse conteúdos digitais. 

Entre os tipos de sites, os corporativos apresentaram os melhores índices (5,40%), seguidos por portais educacionais (4,68%), sites de notícias (3,15%) e e-commerce (1,46%). 

Quando se fala em aplicativos, os números também são baixos. Dos 2369 apps avaliados, 11,54% têm interface com descrição. Já em relação à imagem, 14,64% tem textos descritivos. 

Como começar a desenvolver acessibilidade digital?

Para criar um site inclusivo, é preciso investir em tecnologia. Mas, antes de mais nada, existem opções que podem começar a ser aplicadas agora para oferecer inclusão. Confira algumas dicas para começar: 

1 – Crie recursos variados

Uma maneira fácil de começar esse processo é utilizar legendas e transcrições nos materiais visuais. Existem ferramentas e aplicativos que ajudam a criar textos com base nos áudios e agilizam esse processo. Da mesma forma, tente incluir áudios nos materiais visuais. Se o material for exclusivamente em áudio, como um podcast, busque uma ferramenta que faça a transcrição. 

2 – Faça a tradução para Libras

Contar com uma pessoa para disponibilizar o conteúdo em Libras é uma importante forma de promover inclusão e acessibilidade digital. Também existem tecnologias que apoiam nesse processo, como a plataforma Hand Talk, que pode ser instalada ou baixada, e conta com dois personagens que traduzem o conteúdo para a linguagem de sinais.  

3 – Use o texto alternativo

Ao publicar uma imagem, é comum que tenha um espaço para incluir um texto alternativo. É nesse local que uma versão descritiva da imagem deve ser colocada. Isso permitirá que os programas especializados de transcrição consigam descrever de forma mais completa o que se vê em uma foto ou desenho. 

4 – Inclua a transcrição de áudio

Assim como as ferramentas de Libras, existem plataformas que fazem a transcrição do áudio, como o Vooozer. Instalar no site permite que uma pessoa cega consiga acessar as páginas e compreender seu conteúdo com base no som. 

5 – Não baseie imagens apenas em cores

Em criações de design, em geral um dos principais aspectos são as cores. Embora seja importante trabalhar elementos que ajudem a desenvolver a identidade visual, é importante que o material traga destaques que vão além da cor. Pessoas daltônicas não conseguem ver todas as cores e nuances, e se um conteúdo usar cores como referência primária, poderá não ser identificado por esse grupo. 

Se 99% dos sites brasileiros ainda precisam se adaptar, significa que há um longo caminho pela frente. Entender a importância da inclusão e diversidade no meio digital é essencial para possibilitar uma sociedade mais justa. 

E buscar conhecimento sobre como fazer isso, incluindo com a acessibilidade digital, será um diferencial dos profissionais do futuro. Para quem tem interesse em se especializar nesse tema fundamental para um mercado de trabalho mais justo, a pós-graduação EAD pode fornecer esse aprofundamento, que colocará os profissionais em destaque ao promover mudanças sociais que gerem valor para as empresas. 

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